domingo, 26 de abril de 2009

texto como sugestão para o HTPC ou reunião de pais

A escola

A Escola era como um pequeno país, com pessoas simpáticas e antipáticas, pacientes e impacientes, generosas e egoístas, bendizentes e maldizentes, que trabalhavam juntas e juntas se construíam e desgastavam.
Disse que a Escola era como um país. E era. Tinha regras que se cumpriam e outras que não se cumpriam. Tinha governantes que eram eleitos democraticamente e governavam. Tinha governantes que, democraticamente, exerciam o seu direito de pôr, opor e dispor, conforme a influência dos seus líderes ou sensibilidades. Possuía as zonas distintas dos grupos, as pequenas capelas da oposição, os círculos presidencialistas e as largas faixas dos neutros. Em resumo: tinha um corpo docente de uma centena de indivíduos, exercendo uma das profissões mais gratificantes e esgotantes do mundo.
Por isso, quem tenha a triste idéia de pensar que levar uma escola para a frente é tarefa fácil, é porque conhece muito pouco da natureza humana e das suas fraquezas!
Fazer com que, dia após dia, uma população de, aproximadamente, mil almas, conviva em paz e sossego, recebendo cada um o que lhe é devido, desde comida a respeito, é uma tarefa que requer, por vezes, virtudes gigantes que não possuímos. Porque numa escola acontece de tudo. Uma escola não é um edifício com muitas salas onde os meninos entram a toque de campainha, recebem ensinamentos e tornam a sair. Para começar, as campainhas, de vez em quando, não tocam e então, gera-se um crescendo de gritos e assobios que, ao rolar pelos corredores, leva às portas da loucura os mais nervosos.
Uma escola faz-se todos os dias com muita Bondade e Firmeza. Fazem-na todos os que nela trabalham. Sem nenhuma exceção. E quando alguém falha (e todos os dias falham sempre alguns), as faltas vêm ao de cima como nódoas de azeite e ficam à vista de quem sabe entender. O pior é que, uma vez toleradas, se pensam aceites e se instalam de vez. Depois, como um vício, só são extirpadas com lutas penosas e o sofrimento daqueles que atacam e de quem se defende. E nem toda a gente, devemos sabê-lo, nasceu campeã de causas perdidas!
Uma escola é também um lugar onde é preciso saber, e depressa, o que se faz quando:
se partem braços
se tomam drogas
se roubam objetos
se cortam veias
se atropelam alunos
se instauram processos
se anavalham rivais
se apalpam garotas.
É o lugar onde os encarregados de educação vêm:
desabafar
perguntar
pedir
exigir
gritar
ofender
ameaçar...e, por vezes, bater! É o sítio onde mães de famílias respeitadas são desrespeitadas até à neurose, à raiva e ao pranto, só porque não possuem as doses exactas de autoridade e ternura que despertam respeito nesta seiva a ferver.
Uma escola é também um lugar cheio de explosões de sons agressivos, onde as dores de cabeça serão enxaquecas, os aborrecimentos se transformam em depressões e as depressões em psicoses.
Ah!, mas é também um lugar maravilhoso, onde os olhos de uma criança, de repente, se acendem e aquecem quem vê. É o lugar onde as lágrimas podem ocultar uma imensa alegria e um sorriso tenso, um drama sombrio.
É o país do Ontem, do Hoje e do Amanhã, onde os professores apelam incessantemente às fontes da paciência, em nome dos meninos que eles foram, e onde semeiam, sem saber se o joio vencerá o trigo ou se a colheita será farta ou não.
É o Reino dos Poetas, dos Homens-Meninos e daqueles que ouvem, no centro da alma, o que diz o silêncio da criança que olha.
É um país, sim, e um país singular, porque aí se exercem, a todas as horas, persistentemente, o Amor e a Paz. E isso é difícil: não nascemos anjos.


(Maria Lucília Bonacho - O Futuro está a estudar)
site: http://professor.aaldeia.net/aescola.htm, acessado em 17/04/2009

Sugestão:
Este texto pode ser trabalho com outros do livro “sala de aula que espaço é esse”?
de autoria de Regis Morais. Editora Papirus.
Além disso, o diretor ou Prof. Coord. poderão fazer uma leitura com os profs. e propor uma discussão sobre: _ Em que este texto é semelhante a nossa escola ?
_O que a nossa escola tem de específico ?
_ Como o país que é a escola poderá se tornar melhor, mais humano, agradável, mais apto a convivência?

Assim, encaminhar as reflexões no sentido do professor perceber os pontos em comum e as especificidades da escola e como a equipe poderá encontrar soluções para reverter
os problemas e encaminhar os sucessos.
Estas são sugestões de questões que poderão ser abordadas, fica a cargo dos gestores colocar outras perguntas para instigar a reflexão, o importante será o professor fazer
um exercício reflexivo sobre a escola como um todo de complexidades culturais, sociais e educativas.
Bom trabalho – PCOP de arte Antonio Caffi

sexta-feira, 17 de abril de 2009

RAP DA PAZ




SEGUE O VÍDEO CLIP DO RAP DA PAZ - LETRA DO NOSSO PCOP DE LÍNGUA PORTUGUESA - ANTONIO CLÁUDIO DE OLIVEIRA E MÚSICA DE OSVALDO LUIZ, VEJA FICHA TÉCNICA ABAIXO:
Música - Rap da Paz Intérprete - Osvaldo Luiz Autores - Antônio C de Oliveira / Osvaldo Iokoo Direção - André Marouço Gravadora - Expresso Multimídia Material produzido pela Mundo Maior Filmes. w...
GOSTARAM?
ESTE RAP PODE SER UTILIZADO EM VÁRIAS OCASIÕES EM PROJETOS INTERDISCIPLINARES QUE ABORDAM A VIOLÊNCIA URBANA NO SÉCULO XXI, OU PARA DISCUTIR MÚSICA E ESTILOS, PARA UM MOMENTO DE REFLEXÃO.
CÁ ENTRE NÓS, O ANTONIO CLAUDIO E O PESSOAL ACERTARAM E DERAM O SEU RECADO NA LETRA, MÚSICA E NO CLIP, FICOU TUDO MUITO BOM - PCOP DE ARTE ANTONIO CAFFI.

terça-feira, 14 de abril de 2009

OLIMPÍADA COLEGIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - MODALIDADE DAMA E XADREZ



PCOP DE EDUCAÇÃO FÍSICA ISABEL BONADIO E OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA OLIMPÍADA COLEGIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - MODALIDADE DAMA E XADREZ - JOGOS E PREMIAÇÃO DOS ALUNOS E ALUNAS.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

VÍDEO SOBRE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO



COLEGAS DIRETORES E PROFESSORES COORDENADORES PEDAGÓGICOS, SEGUE UM VÍDEO SOBRE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO O PCOP DE LÍNGUA PORTUGUESA ANTONIO CLAUDIO ASSISTIU E APROVOU. TRATA-SE DE UMA BREVE APRESENTAÇÃO EM SLIDES, FÁCIL DE ENTENDER E QUE PODE SER UTILIZADA PARA ILUSTRAR UMA AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL OU MÉDIO. ASSISTAM E VERIFIQUEM COMO UTILIZAR MELHOR ESTE RECURSO. ATENCIOSAMENTE - PCOP DE ARTE - ANTONIO CAFFI

sugestão de vídeo para HTPC



COLEGAS DIRETORES E PROFESSORES COORDENADORES SEGUE MAIS UMA SUGESTÃO DE VÍDEO PARA USO NO HTPC OU REUNIÃO DE PAIS. ESTE TRATA DO PROFESSOR EDUCADOR É MUITO VÁLIDO PARA UM TRABALHO DE MOTIVAÇÃO DA EQUIPE(ESPECIALIDADE DO PROF. JULIO MACHADO)
ASSISTAM E VERIFIQUEM A PERTINÊNCIA DO CONTEÚDO - ATENCIOSAMENTE - PCOP DE ARTE - ANTONIO CAFFI

sábado, 4 de abril de 2009

VÍDEO PARA SER USADO NO HTPC



colegas segue este belo vídeo como sugestão para uso no seu HTPC ou reunião de pais.
PCOP DE ARTE - ANTONIO CAFFI

sexta-feira, 3 de abril de 2009

TEXTO PARA REFLEXÃO NO HTPC

COLEGAS SEGUE UM TEXTO PARA REFLEXÃO E SUGESTÃO PARA USO EM SEU HTPC
"CAMPANHA DO BLOG PEDAGÓGICO - CRIE O SEU E PARTICIPE DA CENTRAL DE BLOGS DA DIRETORIA DE ENSINO DE CARAPICUIBA"

Uma reflexão para a prática educativa em Paulo Freire



Antes de anunciar a presença de Paulo Freire como educador faz-se necessário contextualizá-lo como homem. Diga-se um “percebedor” da realidade por sua condição de pobre, nordestino e brasileiro. Sua luta e presença baseiam-se na categoria “opressão”, principalmente, por ter sido um homem que fez uma leitura concreta do mundo do oprimido, da complexidade da relação oprimido e opressor, para, finalmente, propor uma pedagogia libertadora que consiste em uma educação voltada para a conscientização da opressão (pedagogia do oprimido) e a conseqüente ação transformadora.

Segundo Andreolla (1997), a categoria “opressão” em Paulo Freire assume dimensões várias. A saber, na dimensão antropológica, mata a cultura do homem, o seu saber enquanto homem (nas palavras de Boaventura Santos, um “epistemicídio”: matar o conhecimento do outro); na dimensão psicológica derruba com o “ser”, o “eu” do homem, permitindo como conseqüência sua coisificação e ou despersonalização; na dimensão ontológica está paralelo à desumanização, enquanto “ser homem” (processo de hominização x cultura necrófila); na dimensão econômica, a opressão permite que ricos estejam cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. A ideologia do “ter mais” se concretiza na relação dominador e dominado; na dimensão política há desenfreadamente a ação do poder central sobre a periferia, isto é, ou são leis que beneficiam e privilegiam alguns, ou são “Medidas provisórias” que retratam um poder autoritário que é cego às necessidades e prioridades de uma grande maioria; e por último a dimensão pedagógica cujo caráter de opressão se estabelece na forma de leis que na prática retrocedem às conquistas e desejos de toda comunidade educativa e também na forma de relação professor e aluno e todas as nuances do sistema de ensino (currículo, prática pedagógica e avaliação). Nestas dimensões a obra, e a vida de Paulo Freire dão uma resposta, apontando caminhos: Ao tratar da pedagogia da “consciência” pretendeu elucidar do educando sua criticidade, criatividade e ação diante do que está dado: é preciso que o oprimido tenha consciência de sua opressão (pedagogia do oprimido). Ao tratar da pedagogia da “pergunta” ele torna-se um sociólogo da sala de aula e reflete a relação professor e aluno enquanto concepção bancária x concepção libertadora, onde o primeiro (como num banco) deposita conhecimentos através da transmissão apenas no segundo e, este o armazena e devolve na prova final.

“O educador faz “depósitos” de conteúdos que devem ser arquivados pelos educandos. Desta maneira a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante. O educador será tanto melhor educador quanto mais conseguir “depositar” nos educandos. Os educandos, por sua vez, serão tanto melhores educados, quanto mais conseguirem arquivar os depósitos feitos. (Freire, 1983:66)”

Prova, tão logo, que através da “problematização” da realidade, da significação é possível desenvolver uma concepção libertadora na relação professor e aluno e conhecimento e aprendizagem.

“Como situação gnosiológica, em que o objeto cognoscível, em lugar de ser o término do ato cognoscente de um sujeito, é mediatizador de sujeitos cognoscentes, educador, de um lado, educandos, de outro, a educação problematizadora coloca, desde logo, a exigência da superação da contradição educador x educando. Sem esta, não é possível a relação dialógica, indispensável à cognoscibilidade dos sujeitos cognoscentes, em torno do mesmo objeto cognoscível.” (Freire, 1983:78)

Entre educador e educandos não há mais uma relação de verticalidade, em que um é o sujeito e o outro objeto. Agora a pedagogia é dialógica, pois ambos são sujeitos do ato cognoscente. É o “aprender ensinando e o ensinar aprendendo”. O diálogo, em Freire, exige um pensar verdadeiro, um pensar crítico. Este não dicotomiza homens e mundo, mas os vê em contínua interação. Como seres inacabados, os homens se fazem e refazem na interação com mundo, objeto de sua práxis transformadora. (Boufleuer, 1991) A prática pedagógica passa a ser uma ação política de troca de concretudes e de transformação.

O que Paulo Freire nos ensina hoje é colocar em prática uma lição que sabemos de cor. Afinal, os cursos de formação de professores tomam conhecimento de sua proposta. Vários estudos e publicações têm mostrado que a proposta de Paulo Freire perpassa tanto o ensino formal como o informal.

Nas análises de currículo, prática pedagógica e avaliação, em nossas escolas, percebe-se uma aplicabilidade de sua proposta. Ou seja, quando analisamos sobre os conteúdos serem interdisciplinares (politécnicos), fragmentários; quando abordamos a necessidade de união entre teoria e prática enquanto metodologia; e, ainda a democracia enquanto gestão, nós nos damos conta da pedagogia problematizadora de Paulo Freire.

A lição maior como educadores que temos de Freire é a preocupação com o social. A busca de alternativas e propostas devem ser uma constante em nosso dia a dia, no sentido de resgatar o “homem”, o “cidadão” e o “trabalhador” da alienação de seu “ser”, de seu exercício de cidadania e de sua dignidade.

Ainda, como homem de seu tempo, devemos aprender de Freire, a ter presente o nosso tempo sem alienação do real. As proposta pedagógicas devem ser alternativas de “hominização” em contraposição ao processo de relações econômicas, que se definem em alienação do homem e expropriação de seu saber. Segundo Marx (1968), em O Capital, com a venda da força de trabalho, o trabalhador é considerado igual a uma mercadoria, é coisificado na relação de produção, é “apropriado” pelo capital. As relações de produção passam pelos critérios do capital e não pelos critérios da humanidade. A mercadoria encobre as características sociais do próprio trabalho dos homens. Fernandes explica assim este fetichismo da mercadoria:

“(...)...quanto mais o trabalhador se apropria do mundo exterior, da natureza sensorial, através do seu trabalho, tanto mais ele se priva de meios de vida segundo um duplo aspecto; primeiro que cada vez mais o mundo exterior sensorial cessa de ser um objeto pertencente ao seu trabalho, um meio de vida do seu trabalho; segundo, que cada vez mais cessa de ser meio de vida no sentido imediato, meio para a subsistência física do trabalhador. (...) apenas como sujeito físico ele é trabalhador.” (Fernandes, 1989)

Finalizando, as categorias diálogo, oprimido, problematização, conscientização, libertação definem o homem político em Paulo Freire. Ou seja:

Sua proposta vai além das críticas das formas educativas atuais, porque define-se em uma pedagogia da consciência: consciência crítica enquanto conhecimento e práxis de classe.

Na escola formal, a pedagogia de Paulo Freire requer um professor problematizador da realidade, pois trata-se da pedagogia da pergunta que requer diretividade.

Através de uma relação dialógica e dialética entre professor e aluno, a proposta pedagógica de Freire, centraliza-se na dimensão do conhecimento, no sentimento de aceitação do outro, da interação, da intersubjetividade.

A revolução necessária para a transformação social que não considera o amor, apenas substituirá o opressor – o oprimido passa a ser o opressor – que continuará a mesma lógica da dominação.

A revolução deve ser entendida como um processo, uma mudança democrática e não apenas como uma ruptura. A revolução é um processo político pedagógico de transformação, que requer reconstrução do poder em novas formas de relação. “A revolução que deve ocorrer é uma grande ação cultural para a liberdade, realizada pelo povo (Freire, 1977).”

A pedagogia do oprimido tem por base o diálogo, necessidade ontológica do ser humano.

Ser utópico, também, é uma exigência ontológica do ser humano, uma exigência histórica.

Esta foi sua luta e, é esta a sua lição.